... e deixaram-na entregue aos lavradores da primeira aldeia que toparam. A aldeia demorava às abas do Monte Córdova, serra que se empina e ondeia com as fragosissimas encostas até à vila de Santo Tirso.
In A Bruxa de Monte Córdova, pp 178-Camilo Castelo Branco

31 de julho de 2012

Flor de araçá

Chegou pequeno, bem pequeno, juntamente com outro de fruto amarelo, o enxerto de araçá vermelho vindo da  quinta de Junqueira para se juntar às restantes árvores que estavam a ser plantadas aqui na Horta de Codeçais. O lugar onde passaria a ficar não tinha sido pensado e ficou no garrafão de plástico que lhe serviu de poiso. Assim permaneceu e sofreu durante o inverno severo e só na primavera é que conheceu o lugar no pomar onde se encontra.
Desenvolveu-se bem e estes dias manifestou-se com a exuberância das suas delicadas e lindas flores e... talvez ainda  agradeça muito mais dando frutos.
A natureza é generosa.  

18 de julho de 2012

Courgete amarela

De um modo geral aqui, na Horta, não semeamos horticolas  ditos "coisa nova", porque conhecemos bem a zona onde estamos instalados e pelo facto de estarmos numa altitude considerável ,  por via de regra as experiências são condenadas ao insucesso e os hortícolas habituais também são semeados por vezes com semanas de atraso, dependendo obviamente dos fatores climatéricos.

Mas nem sempre nem nunca, como diz o povo.

Há alguns meses atrás, o Rui Esteves teve a amabilidade de enviar uma razoável quantidade de sementes, nas quais se incluíam algumas variedades de courgete, nomeadamente da cor amarela que nos suscitou interesse.
Assim, fomos no desafio e constatamos que são tão produtivas quanto outras variedades que desde sempre aqui produzimos, em particular a beauty.

 

Aqui estão, meramente a título de amostra, três das variedades que o Rui nos enviou ( amarela, verde claro e bianca ).

Para consumo cá da casa preferimos as courgetes bem desenvolvidas, têm outro sabor, mais intenso... gostos.

15 de julho de 2012

Sementes de Couve Penca da Póvoa e Couve Galega

Estava agendado o arranque da batata (Kennebeck) para o passado dia 13, sexta feira, mas a meteorologia  trocou-nos as voltas e a chuva impôs-nos o adiamento. Depois de efectuado o acerto ao plano de tarefas para a próxima semana, encontramos o nosso "mestre de lavoura", a abrigar-se da chuva sob o telheiro, aparentemente sóbrio, em animada discussão com um seu conhecido sobre qual a melhor e mais saborosa penca, vulgarmente conhecida por couve portuguesa, para plantar e colher no natal. Um dizia ser a penca de Chaves por ter os talos mais largos e mais fechada, o outro sustentava que a melhor de todas é a de Mirandela por ter as folhas mais compridas e mais clara e mais tenra, etc, etc. Cada qual com seus pontos de vista.
O certo é que com tal discussão me levaram a decidir, pela primeira vez, semear com sementes próprias dentro de algumas semanas,  a couve penca da Póvoa e a couve galega. Afinal, temos as sementes... e é simples de as retirar das pequenas vagens depois de bem secas.Se formos bem sucedidos, naturalmente passaremos a fazer as nossas próprias sementeiras.
Desde sempre foi  nossa opção a compra destas hortícolas, para plantar aqui na Horta, a produtores particulares na zona de Póvoa de Varzim  e que ainda teremos de o fazer para a penca que esperamos colher no Natal. 
A nossa opinião é diferente das manifestadas pelos dois entendidos, preferimos a penca da Póvoa, tal como a couve galega da mesma zona.
Tenham os talos mais largos, sejam mais abertas ou fechadas, de folha mais ou menos escura, creio que grande parte da população não dispensa a couve portuguesa, sobretudo, de a cozinhar com bacalhau.